HOMENAGEM DO CANTOR PAULO RICARDO PARA O ETERNO BATERISTA PAULO PAGNI PA.

Até em sua morte Paulo Antônio Figueiredo Pagni, o PA, personificou como ninguém o espírito do Rock’n’roll. Intenso, incansável, onipotente, superlativo, um super-herói sem superpoderes, um garoto inquieto que quando conheci tocava em nada menos que cinco bandas.
Nos primeiros ensaios decidimos batizá-lo de PA, pois quando alguém chamava “Paulo!”, ambos respondíamos. Como Obelix, personagem de quadrinhos francês, parceiro de Asterix, de Uderzo e Goscinny que quando bebê caiu no caldeirão da poção mágica do druida Panoramix, nada parecia afetá-lo. Tudo ao mesmo tempo agora.
Filho único e temporão de Orestes e Aparecida, era incrivelmente musical e poderia ter escolhido qualquer outro instrumento mas sem dúvida a bateria foi a escolha perfeita pra canalizar tanta energia. Desde o começo ficamos muito amigos e dividimos muitas viagens e quartos de hotéis.
Quase morreu de pancreatite durante nossa viagem a Los Angeles em abril de 1988 para mixar o CD Quatro Coiotes mas felizmente consegui interná-lo a tempo no hospital Cedars-Sinai e ele escapou com sequelas que o obrigaram a pegar mais leve a partir dali.
Geminiano, depois do fim do RPM tocou com muita gente e formou bandas que iam do heavy metal, como o MAPA, até o reggae e a MPB, como o Tchucbanjionis, e dividia seu tempo entre o estúdio Santuário e seus incontáveis sheep dogs.
Com a morte de seus pais ficou praticamente sozinho, sem filhos ou mulher que o pusesse na linha, e trocou a casa no Ibirapuera por um sitio em Araçariguama onde vivia cercado de animais como um dr. Doolittle tupiniquim.
Ainda trabalhamos juntos no projeto indie PR5 e em 2011 o RPM voltou para seu último trabalho, o CD e a turnê Elektra, que se encerrou em 17 de março de 2017 no cruzeiro Energia na Véia, e por um capricho do destino foi ali, no palco, a última vez que nos veríamos.
Fica a lembrança de um grande irmão, grande baterista, de enorme musicalidade, amante da natureza e dos animais e sem dúvida nenhuma um dos caras mais Rock’n’roll que o Brasil já conheceu, e que deve ser lembrado assim, em sua melhor forma, como nessa foto nos camarins do meu show no Rock in Rio II, em janeiro de 1991, no Maracanã.
Descanse em paz, Gnomo! 🙏🏻💙

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